sábado, 3 de setembro de 2011

Endometriose e as cólicas insuportáveis.


Cólica insuportável
Conheça os sintomas da endometriose, doença que atinge entre 10% e 15% das mulheres e pode causar infertilidade.

Todo mês, o corpo da mulher se prepara para ser fecundado. Por meio de mecanismos hormonais, os ovários liberam um óvulo e o interior do útero é completamente revestido pelo endométrio – um tecido rico em vasos sanguíneos e glândulas especiais que tem como principal função nutrir, proteger e “prender” o óvulo fecundado, além de colaborar para a formação da placenta. Quando não há fecundação, uma parte do endométrio se solta – e então vem a menstruação. Por algum motivo que a ciência ainda não conseguiu pontuar, algumas mulheres começam a produzir endométrio fora do útero – nas trompas, nos ovários e, em casos mais graves, até nos intestinos. Trata-se de uma doença chamada endometriose.

“Não se sabe a origem da endometriose, que atinge entre 10% e 15% das mulheres. São três os sintomas: cólica menstrual intensa ou incapacitante, cólica menstrual que aparece fora do período da menstruação e dor durante a relação sexual. Algumas mulheres podem apresentar dor ou ardor ao urinar e evacuar durante a menstruação e, em casos mais avançados, sangramento ao evacuar”, explica João Dias, médico do centro de reprodução humana do Hospital Sírio Libanês e membro do setor de endometriose do Hospital das Clínicas (HC), de São Paulo.

Uma pesquisa feita pelo próprio HC indicou que as pacientes demoram, em média, 8 anos para receber o diagnóstico de endometriose.

A demora pode causar problemas sérios, como infertilidade, estrangulamento das tubas uterinas (canais que ligam os ovários ao útero) e comprometer seriamente os intestinos, quando os focos de endométrio se aprofundam a ponto de ser necessário retirar uma parte do órgão afetado.

“Se a mulher está com uma cólica menstrual que compromete suas atividades cotidianas, como ir à faculdade ou ao trabalho, deve procurar um médico. Com as perguntas feitas pelo profissional, combinadas ao toque de determinados locais do ventre, é possível notar a existência da doença. Caso haja desconfiança, um ultrassom transvaginal com preparo intestinal traz chance de 80% de acerto”, exemplifica João Dias.

O tratamento, em casos avançados, é feito com laparoscopia, e em casos mais simples com pílula anticoncepcional, que diminui a produção hormonal e, consequentemente, a produção de endométrio.

Kátia Mello
katia.mello@folhauniversal.com.br


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