sábado, 5 de novembro de 2011

Morre o chefe máximo das FARC - Alfonso Cano

È bem provável que "um ex-alguém" mande decretar luto oficial... pior... até bandeira a meio páu.. ou, quem sabe, uma medalha ou condecoração !





O chefe máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Alfonso Cano, de 63 anos, morreu durante combate com o Exército colombiano, no maior golpe ao grupo rebelde da América Latina.

A morte de Cano ocorreu na noite desta sexta-feira em uma área montanhosa da província de Cauca, no Sudoeste da Colômbia.

- Caiu o número um das Farc, no golpe mais contundente contra essa organização em toda sua história - disse o presidente Juan Manuel Santos em transmissão pelo rádio e TV na cidade de Cartagena, logo depois da meia-noite.

Santos fez um apelo aos demais combatentes da guerrilha para que que entreguem suas armas.

- Este golpe é uma confirmação de que o crime não compensa, a violência não é o caminho. Desmobilizem-se porque, do contrário, terminarão em uma cela ou em um túmulo - disse.

O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, informou nesta madrugada que o chefe rebelde morrera em bombardeio quando tentava furar o cerco do Exército Nacional para fugir.

O corpo do comandante guerrilheiro foi encontrado barbeado, sem a espessa barba e os óculos, suas principais características, informou Pinzón.

Segundo as autoridades, a área onde estava Cano foi bombardeada por volta das 8h30m de sexta-feira (11h30m de Brasília). Em seguida, as tropas desembarcaram, revistaram a área e encontraram em um bunker objetos pessoais do líder guerrilheiro, além de sete computadores e pelo menos 194 milhões de pesos em espécie (cerca de US$ 102 mil).
 
Cano estava com 14 rebeldes, quatro dos quais morreram, cinco foram capturados e o restante conseguiu fugir, segundo o almirante Roberto García. O chefe guerrilheiro chegou a correr 200 metros da casa e entrou na mata quando se deparou com os militares. Já passava das 17h locais (20h de Brasília).

No entanto, nenhuma autoridade informou se Cano abriu fogo ao se deparar com os militares ou mesmo o grau de dificuldade encontrado pelas Forças Armadas para se deslocar à região.

Segundo Pinzón, um militar ficou ferido na operação "Odisséia".

O Ministério da Defesa divulgou uma foto de Cano já morto, na qual estava sem óculos, vestindo uma camiseta azul. Segundo Pizón, o anúncio da morte foi prolongado até a noite porque queriam que as autoridades forenses e da Procuradoria-Geral do país comprovassem sua identidade.

O corpo de Cano foi levado para Popayán, capital da província de Cauca.

O ministro disse que o governo ainda analisava se seria paga uma recompensa oferecida pela Colômbia por informações sobre o chefe guerrilheiro. O Departamento de Estado dos EUA também oferecia US$ 5 milhões por informações.

Assim como o presidente Juan Manuel Santos, o ministro da Defesa disse que esse "golpe histórico" deveria servir para os integrantes mais jovens das Farc a considerarem a desmobilização pois, do contrário, "vão se encontrar cedo ou tarde com as forças de segurança e serão derrotados".

- Aos grupos armados, o mais apropriado é refletir e tomar decisões históricas. Deveriam pensar em se desmobilizar e dar uma oportunidade de paz e prosperidade à Colômbia - disse.


" Este golpe é uma confirmação de que o crime não compensa, a violência não é o caminho. Desmobilizem-se porque, do contrário, terminarão em uma cela ou em um túmulo. "


- A força pública vai se impor. O desejo de paz e propseridade do povo colombiano triunfará - acrescentou.

Em entrevista ao jornal espanhol "El País", o ex-presidente Andrés Pastrana disse que não podia afirmar que a morte de Cano significava o fim do grupo.

- No entanto, suas possibilidades de manobra agora são mínimas. A única saída é seguir o exemplo da ETA e renunciar às armas - disse.

Guillermo León Senz, mais conhecido como Alfonso Cano, assumiu como principal dirigente do secretariado, órgão de direção político e militar das Forças Revolucionárias Colombianas, em maio de 2008, depois da morte de Manuel Marulanda Vélez, o "Tirofijo".

No início de julho, o chefe guerrilheiro, que já enfrentava uma intensa perseguição das Forças Militares, havia escapado de um bombardeio contra um de seus acampamentos em uma área montanhosa no limite das províncias de Cauca e Tolima.

Cano é o guerrilheiro mais importante a morrer durante uma operação militar em toda a história da luta contra as Farc, que já dura mais de 45 anos.

A morte do comandante rebelde soma-se a outros acontecimentos que golpearam as Farc nos últimos anos, quando a organização perdeu vários de seus históricos dirigentes, no âmbito de uma ofensiva das Forças Armadas do país com o apoio dos EUA.

No início de seu mandato, o presidente Juan Manuel Santos já havia obtido um êxito com a morte do chefe militar das Farc, Jorge Briceño, mais conhecido como "Mono Jojoy".

O governo colombiano oferecia uma recompensa de quase US$ 3,7 milhões por uma informação que levasse ao esconderijo de Cano.

Santos, que chegou à presidência no dia 7 de agosto de 2010, ofereceu à guerrilha a possibilidade de iniciar uma negociação de paz com a condição de que libertassem a todos os sequestrados, colocassem um ponto final aos ataques e anunciassem a intenção de depor as armas e reintegrar-se à vida civil.

No entanto, as Farc, que dizem lutar para impor um sistema socialista no país, rejeitaram as condições de Santos e anunciaram que continuariam na luta armada.

Embora a ofensiva militar iniciada pelo ex-presidente Álvaro Uribe tenha causado a morte de importantes chefes rebeldes e a deserção de milhares de combatentes, a guerrilha ainda mantém a capacidade de realizar ataques de grande impacto nas áreas de selva e de montanha.

Crédito:
O Globo

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