segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Que o Faustão e Elizabeth Monteiro se retratem frente aos pais de autistas em Rede Nacional.




No domingo passado, a psicóloga do Faustão chamou nossos filhos autistas de psicopatas, de perversos, que nossos filhos matam e escaldam gatos em rede nacional. Esperávamos que houvesse uma retratação pública, pois autista é um ser inocente. A dita psicologa comungou a ideia do crime nos Estados Unidos com o autismo e várias crianças brasileiras, as chamadas aspergers. Estão agora com medo de sair, estão chorando, não querem ir para a escola o ano que vem e foi desastrosa a situação. é um ser inocente. A dita psicologa comungou a ideia do crime nos Estados Unidos com o autismo e várias crianças brasileiras, as chamadas aspergers e que estão agora com medo de sair, estão chorando, não querem ir para a escola o ano que vem e foi desastrosa a situação. Foi gerado enorme preconceito para com os autistas de todo o Brasil.


Por que isto é importante ?

Há muitos anos, todos nós pais de autistas combatemos o preconceito existente com as nossas famílias, com as nossas crianças. Principalmente, no Brasil. Os autistas e autistas "aspergers" não são psicopatas como disse a referida psicóloga acima, com o apoio do Faustão e da Rede Globo. Acontece que, em rede nacional, com todos os preconceitos que nossos filhos sofrem, vem esta senhora que nunca lidou com um asperger e tenta fazer um pseudo-diagnóstico de um suposto asperger nos Estados Unidos que atirou contra as crianças de uma determinada escola. Lamentável e triste episódio que nada tem a ver com os autistas. A convidada do Sr. Fausto Silva precisa esclarecer o que seja o autismo, o autismo asperger e a psicopatia de modo totalmente profissional, acompanhada de outros burilamentos e opiniões fundamentadas. Há de se perceber como a Sra. Elizabeth Monteiro explicará sobre a diferença entre autismo e psicopatia. em plena rede nacional. Este é o seu indelével dever frente ao Globo Terrestre, pois foi este o circumpercurso das suas palavras sobre a psicopatia e o autismo, determinando o preconceito e a discriminação inusitados. Suas inverdades nada tem a ver com autistas e uma enorme tristeza foi gerada para um antigo sofrimento de todos os pais de autistas do Brasil. Esta retratação tende-se para aliviar, pelo menos, em parte, o nosso sofrimento e explicar aos desconhecedores do autismo as diferenças existentes entre violência, psicopatia e autismo. Diferenças, essas que são cabais. Insta saber que isto é deveras importante. 
 

Veja o pedido de retratação:

http://www.avaaz.org/po/petition/Que_o_Faustao_e_Elizabeth_Monteiro_se_retratem_frente_aos_pais_de_autistas_confundidoos_com_psicopatas/?cDQXMdb

O que é autismo ?

Durante décadas, predominou o conceito de que o Autismo era uma doença psicológica, baseada na dificuldade de
relacionamento entre a mãe e o filho. Há quinze anos o conceito de Autismo mudou: “O autismo é uma disfunção neurológica de base orgânica, que afeta a sociabilidade, a linguagem, a capacidade lúdica e a comunicação” (Classificação Internacional de Doenças – CID 10, publicada pela Organização Mundial de Saúde). O Autismo não ocorre por bloqueios ou razões emocionais, mas pode ser agravado por elas.

A falta de reação à dor, a incapacidade de reconhecer situações de perigo e a repetição rítmica de certos movimentos do corpo são sintomas freqüentes no autismo.


O desenvolvimento da fala é lento e anormal, senão ausente, caracterizando-se pela repetição daquilo que é dito por terceiros ou pela substituição das palavras por sons mecânicos, falta de flexibilidade mental e restrição de interesses.

A falta de tratamento adequado compromete o processo de independência pessoal e acaba por desorganizar todo o sistema familiar e social do individuo.
Daí a necessidade de desenvolver um
trabalho interdisciplinar continuado, que possa se encarregar dos procedimentos de diagnose e que ofereça propostas de tratamento e educação especializados. Poucos são os serviços especializados em autismo no Brasil.

A identificação precoce desses quadros, bem como a possibilidade de atendimento nos vários segmentos acima referidos, previnem a desintegração familiar e social do individuo autista. Cada paciente possui características próprias; entendidas e acompanhadas corretamente, haverá a oportunidade para uma boa evolução.

Crianças com quadro de autismo que recebem atendimento precoce, clinico e educacional especializado, apresentam melhoras significativas, desenvolvem a linguagem, integram-se ao meio ambiente, freqüentam escolas e, quando adultas, perdem grande parte das características de autista conseguindo, então, se integrar socialmente. Experiências levadas a efeito em algumas instituições privadas no Brasil e em outros países, têm demonstrado a eficiência de intervenções na área clinica associadas a atendimento pedagógico apropriado, nas várias idades e com graus de comprometimento diversos.

O autismo afeta, em média, uma em cada 110 crianças nascidas nos
Estados Unidos, segundo o CDC (sigla em inglês para Centro de Controlo e Prevenção de Doenças), do governo daquele país, com números de 2006, divulgados em dezembro de 2009.[3] -- no Brasil, porém, ainda não há estatísticas a respeito do TEA[4]. Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.[5][6] O aumento dos números de prevalência de autismo levanta uma discussão importante sobre haver ou não uma epidemia da síndrome no planeta, ainda em discussão pela comunidade científica[7]. No Brasil, foi realizado o primeio estudo de epidemiologia de autismo da América Latina[8][9], publicado em fevereiro de 2011—com dados de 2010 --, liderado pelo psiquiatra da infância Marcos Tomanik Mercadante (1960-2011), num projeto-piloto com amostragem na cidade paulista de Atibaia[10], aferiu a prevalência de um caso de autismo para cada 368 crianças de 7 a 12 anos[8][9]. Outros estudos estão em andamento no Brasil.

Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas
brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa, muitos cientistas atribuem esta dificuldade à Cegueira Mental[11], uma compreensão decorrente dos estudos sobre a Teoria da Mente.

Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.

A ciência, pela primeira vez falou em cura do autismo em novembro de 2010, com a descoberta de um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro
Alysson Muotri, na Universidade da Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista" em laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética)[12], foi coordenado por mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto e foi publicado na revista científica Cell.[13][14]

Características do autismo

Existem muitos graus de autismo, mas quanto mais cedo a criança for identificada e começar o treinamento de habilidades sociais, melhor será seu desenvolvimento.

Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:

Dificuldade de relacionamento com outras pessoas;


Riso inapropriado;

Pouco ou nenhum contato visual - não olha nos olhos;

Aparente insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma situação de dor;

Preferência pela solidão; modos arredios - busca o isolamento e não procura outras crianças;

Rotação de objetos - brinca de forma inadequada ou bizarra com os mais variados objetos;

Inapropriada fixação em objetos;

Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm problemas de sono ou excesso de passividade;

Ausência de resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam de material adaptado;

Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina;

Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo);

Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares);

Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal);

Recusa colo ou afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo;

Age como se estivesse surdo - não responde pelo nome;

Dificuldade em expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral e/ou corporal (gestos);

Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente;

Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos;

Desorganização sensorial - hipo ou hipersensibilidade, por exemplo, auditiva;

Não faz referência social - entra num lugar desconhecido sem antes olhar para o adulto (pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é seguro.

Observação: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém muitos dos sintomas está presente entre os 12 e os 24 meses da criança. Eles variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma, pois o autismo se manifesta de forma única em cada pessoa. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade. Vale salientar também que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo. Para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo, psiquiatra da infancia ou neuropediatra.


Aprovada política nacional de proteção aos autistasO Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (5), Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 168/2011, de autoria da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece os direitos fundamentais da pessoa autista e equipara o portador desse distúrbio à pessoa com deficiência para todos os efeitos legais, além de criar um cadastro único dos autistas, com a finalidade de produzir estatísticas nacionais sobre o problema.

O texto tem como base sugestão da Associação em Defesa do Autista (Adefa). A política de proteção deverá articular, conforme o projeto, os organismos e serviços da União, dos estados,do Distrito Federal e dos municípios nas áreas de saúde, educação, assistência social, trabalho, transporte e habitação, com vistas à coordenação de políticas e ações assistenciais.

A Câmara dos Deputados apresentou três emendas ao texto, que receberam parecer favorável na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Já a CDH aprovou o relatório do senador Wellington Dias (PT-PI) modificando a redação da segunda emenda que prevê multas de três a 20 salários mínimos e sanções administrativas para o gestor escolar que recusar a matrícula de aluno com autismo, por entender que se trata de uma atitude discriminatória.

No Plenário do Senado foi aprovado parecer contrário à emenda 3, que previa as penas para as práticas de castigo corporal, ofensa psicológica, tratamento cruel ou degradante à criança ou adolescente com deficiência ou com autismo como forma de correção, disciplina ou outro pretexto. O relator argumentou que as penas previstas no Código Penal (Lei 9.455/1977) são mais severas que as propostas no texto.

A matéria agora vai à sanção presidencial. Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) cumprimentou todo os colegas senadores e deputados pela aprovação do projeto.

– O Senado hoje dá mais um passo importante no sentido de implementar a Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência aprovado pelo Congresso Nacional com status constitucional – comemorou o senador.

Agência Senado



Fontes:
http://www.avaaz.org/po/petition/Que_o_Faustao_e_Elizabeth_Monteiro_se_retratem_frente_aos_pais_de_autistas_confundidoos_com_psicopatas/?cDQXMdb

http://www.elosautisticos.blogspot.com.br/

http://psicosite.com.br/tra/inf/autismo.htm

http://autismoinfantil.com.br/

 


Referências


SCHWARTZMAN, José Salomão (
16 de Setembro de 2010). Autismo e outros transtornos do espectro autista. Revista Autismo, edição de setembro de 2010.
CAMARGOS JR., Walter (
16 de Setembro de 2010). É possível identificar o Autismo Infantil antes dos 2 anos de idade. Revista Autismo, edição de setembro de 2010. Autism Spectrum Disorders (ASDs) - Data & Statistics. Centers of Disease Control and Prevention (31 de Março de 2010).
PAIVA JUNIOR (
16 de Setembro de 2010). Número impressionante: uma em cada 110 crianças tem autismo. Greater awareness and understanding of autism needed, says UN chief. UN News Centre (2 de Abril de 2010).
PAIVA JUNIOR (
16 de Setembro de 2010). Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Revista Autismo, edição de setembro de 2010.
RIBEIRO, Sabrina Helena Bandini (
16 de Setembro de 2010). Epidemia de Autismo?. Revista Autismo, edição de setembro de 2010. a b Estudo Epidemiológico Brasileiro sobre Transtornos do Espectro Autista. Site da ONG Autismo & Realidade (9 de Março de 2011). a b Paula CS, Ribeiro SH, Fombonne E, Mercadante MT. Brief Report: Prevalence of Pervasive Developmental Disorder in Brazil: A Pilot Study. J Autism Dev Disord. 2011 Feb 21; PMID: 21337063
Ricardo Zorzetto (
Junho de 2011). O cérebro no autismo. Revista Fapesp.
Frith, Uta (1 December 2001). "Mind Blindness and the Brain in Autism". Neuron 32 (6): 969–979. doi:10.1016/S0896-6273(01)00552-9.
PMID 11754830. Retrieved 19 February 2012 a b SCHWARTZMAN, José Salomão. Síndrome de Rett. Página visitada em 18 de Novembro de 2010. a b BOCARDI, Rodrigo (12 de Novembro de 2010). Pesquisa de brasileiros traz esperança para a cura do autismo. Jornal Nacional. a b SEGATTO, Cristiane (11 de Novembro de 2010). Esperança conta o autismo.
GRAYLEY, Mônica Villela.
Título não preenchido, favor adicionar. Rádio ONU. ONU marca 1º Dia Mundial sobre Autismo. Rádio ONU (2 de Abril de 2008).
Lam KSL, Aman MG. The Repetitive Behavior Scale-Revised: independent validation in individuals with autism spectrum disorders. J Autism Dev Disord. 2007;37(5):855–66. doi:10.1007/s10803-006-0213-z.
PMID 17048092.
Gauderer, E. Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. pg 3.
Paiva Junior.
Livro "Autismo — Não espere, aja logo!". M.Books.





2 comentários:

  1. Maravilhosa publicação Dr. Luis. Passarei para os grupos de autismo o seu apoio. Somente uma pessoa com forte conhecimento dos direitos fundamentais, do Estado democrático de Direito, abraçaria a nossa causa sem medo. Fica aqui o meu agradecimento.
    Abraços
    Silvania Mendonça

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  2. Prezado Dr.: não me pareceu justa e isenta de paixão sua análise sobre a fala da psicóloga durante o programa Domingão do Faustão. Não foi essa mesma fala que ouvi, assistindo ao vídeo disponibilizado na rede. Não se trata, no caso, da palavra contra palavra, já que está documentado e disponibilizado para todos que quiserem assistir.
    Gostaria de convidá-lo para assistir novamente, então tomei a ousadia de colar o link aqui.
    Sou pai de um menino autista e não conheço a psicóloga, nunca ouvira falar dela. Só faço este esforço porque seu blog parece um trabalho sério e sua análise parcial pode afetar a credibilidade que conseguiu entre nós.
    Abraços cordiais
    http://tvg.globo.com/programas/domingao-do-faustao/videos/t/programa/v/totia-meireles-e-betty-monteiro-participam-do-diva-do-faustao/2297619/

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